BrasilDestaqueNotícias

Acionamento antecipado de termelétricas eleva o custo de produção de energia e aumenta preocupações com reajustes em 2024.

O ONS aumentou em 63% a quantidade de energia produzida por usinas termelétricas após um aumento na demanda de energia, reflexo da onda de calor que assola a maior parte do país. A energia produzida por usinas termelétricas é mais cara e poluente, devido ao uso dos combustíveis fósseis, como o gás natural e diesel. Com o conflito no Médio Oriente, os preços dos derivados do petróleo aumentaram e oneram ainda mais o custo global de produção de energia no Brasil.

Desde a última segunda-feira (13), a produção de energia por termoelétricas começou a aumentar à medida que a demanda por energia atingia níveis nunca antes vistos no país.

Oswaldo Castro,  CEO da Energia Certa, empresa mineira referência em energia por assinatura, explica que o maior desafio em lidar com as ondas de calor são os picos de demanda de energia, que normalmente ocorrem no meio das tardes, quando há uma concentração de demanda pelo uso intenso de aparelhos de ar condicionado somada a alta demanda por energia pelas indústrias. Neste sentido, a geração distribuída (GD de energia por fonte solar contribui enormemente para aumentar a segurança do sistema, já que nos horários de sol mais intenso as usinas solares estão produzindo em sua máxima capacidade.

Entretanto, o calor excessivo durantes as noites mudou o padrão de consumo de energia neste período com o uso mais intensivo de ar condicionado em residências, quando então é necessário aumentar a geração de energia por sistemas termelétricos, mesmo que sejam mais caros e mais poluentes, porque podem reagir mais rapidamente e ao mesmo tempo preservar um volume maior de água nos reservatórios para enfrentar os riscos do El Niño em 2024.

O fenômeno climático El Niño deve durar pelo menos até abril de 2024, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), da ONU, elevando as temperaturas do ano que já está a caminho de ser o mais quente já registrado. “Caso este padrão de consumo muito acima da média de energia prevaleça até meados de 2024 e os fenômenos climáticos repitam padrões anteriores, com chuvas acima da média na região Sul em detrimento do restante do país, teremos já em 2024 uma pressão muito elevada de custos na geração de energia elétrica no Brasil.”, conclui Castro.