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Onda de calor eleva em 156% o PLD de energia em dia de consumo recorde.

No mesmo dia em que a demanda instantânea por energia do sistema interligado nacional (SIN) passava pela primeira vez na história de 100 mil mega-watts,  o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) médio diário, referência do preço da energia elétrica no mercado de curto praço, apresentava uma alta de 156%, elevando os custos de uma parcela importante da indústria brasileira.

De acordo com dados de monitoramento da CCEE, no dia 14 de Novembro o PLD se descolou do piso de R$ 69,04 às 13hs e, poucas horas depois, estacionou na faixa entre R$ 390-410,00, tendo permanecido neste patamar ao longo de 6 horas. Isto levou a um incremento de 156% no preço médio diário do PLD, que saltou de R$ 69,04 nas semanas anteriores para R$ 177,42.

Dados recém-publicados pela CCEE indicam o mesmo cenário para o PLD em 16 de Novembro, que deverá sofrer um forte incremento ao longo da tarde até às 22hs, com uma média diária de R$ 182,06.

Para Oswaldo Castro, CEO da Energia Certa, empresa mineira referência em energia por assinatura, o descolamento do PLD do piso ao longo desta semana é um primeiro sinal de alerta para o preço da energia em 2024 no mercado de curto prazo.

O executivo destaca que embora os reservatórios das usinas hidrelétricas ainda se encontrem em patamares elevados, teremos nos próximos meses um cenário mais desafiador. “A combinação de recordes consecutivos na demanda por energia nos últimos dias, somados à concentração de chuvas apenas na região Sul, deixando o restante do país com chuvas muito abaixo da média no mês de Novembro, bem como a presença do fenômeno climático El Niño indicam um cenário altista para os preços de energia.”, afirma Castro.

Diferente de 2001, o Brasil tem hoje um sistema mais interligado e maior capacidade de transmissão de energia entre as regiões do país. Soma-se a isto um grande volume de investimentos em geração centralizada e distribuída por fontes renováveis em todo país, trazendo maior segurança ao sistema. Entretanto a geração elétrica brasileira ainda tem uma forte dependência de recursos hídricos, que historicamente demonstram grandes oscilações na ocorrência de fenômenos climáticos como o El Niño. “Chuvas abaixo da média somados a recordes de consumo de energia em ondas de calor cada vez mais frequentes aumentam a pressão sobre as usinas hidroelétricas, cujo efeito final é um esvaziamento mais rápido que o previsto do nível dos reservatórios e uma pressão altista sobre o preço da energia no mercado spot.”, conclui Castro.